sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A eterna promessa

Os governantes brasileiros sempre adoraram enganar a população em relação ao combustível do futuro. Parecia que, até ano passado, o ciclo de anúncios energéticos mirabolantes havia acabado e que, realmente, o etanol, algo genuinamente tupiniquim, seria o grande investimento do país.
Depois de décadas importando o petróleo - anos 50 – inventamos o bendito etanol. Durante a década de 70, início dos anos 80, planos como o pró-álcool alavancaram a indústria automobilística. O preço do combustível era baixo, a sensação de economia era tamanha e o sonho de ter um país livre do “ouro negro” era real. Ou, pelo menos, quase.
Mas, em se tratando de Brasil, não demorou muito para vermos que todo papo de independência energética era falso. O preço do petróleo baixou e com isso o uso da gasolina passou a ser mais vantajoso que o do combustível “made in Brazil”. “O consumo específico dos veículos também baixou” (pag. 27, Martin, Jean-Marie) e nós, que não somos bobos, abrimos nosso país para carros importados, todos movidos pelo combustível fóssil. Resultado: abandono do álcool para voltar à gasolina.
Não contentes em reutilizar fortemente a gasolina, passamos a investir em outra energia do futuro: o gás natural (derivado do petróleo). Começamos a importar a nova fonte. Contratos milionários foram feitos, dutos foram construídos e postos passaram a contar com uma bomba de gás. Carros eram convertidos nas esquinas e todos adoravam rodar centenas de quilômetros gastando pouco.
Porém, mais uma vez o cidadão foi traído. O preço subiu, os acordos internacionais, mal feitos, foram repassados para a população e o ciclo do gás natural definhou. Poucos carros rodam atualmente com esta fonte, e as indústrias, que foram obrigadas através de incentivos fiscais a mudarem toda a sua estrutura, pagam o preço pela falta de planejamento. Enterrada mais uma salvação, a gasolina ganhou novamente o status de “eterna” e voltou a figurar entre as ruas brasileiras.
O início de 2000 contou com o ressurgimento do álcool. Considerado por Ignacy Sachs como um passo à frente, os carros flex não impunham, aparentemente, o combustível ideal. Movidos a gasolina e a álcool, a nova tecnologia passou a dominar o mercado. Com a grande produção de cana de açúcar, a idéia da economia voltou a dominar os compradores. Mas esta maravilha moderna não foi tão econômica. Um bi-combustível chegou a custar cinco mil reais a mais que o mono. Resultado: a diferença era tão grande que, para recuperar o valor gasto no carro, o consumidor teria que rodar muito gastando pouco.
O investimento em veículos Flex veio a calhar. A preocupação com o aquecimento global fez o brasileiro se orgulhar de ter uma alternativa energética. Não só o preço nas bombas era satisfatório. O eco-marketing criado também impulsionou a venda dos modelos nacionais.
O problema é que o governo não conseguirá manter o mercado aquecido. Enquanto os EUA planejam uma produção de 137,25 bilhões de litros de etanol em 2017, o Brasil estima chegar a 63, 9 bilhões de litros no mesmo ano (EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE). Esta discrepância nos investimentos mostra qual país poderá substituir significativamente o uso dos combustíveis fósseis no futuro.
Alheio a isso, neste ano, 2009, o governo brasileiro anunciou uma nova descoberta de petróleo. Para Lula, esta será a grande salvação do país. Mais uma vez as plantações de cana, milho e mamonas serão esquecidas. As energias “renováveis que constituem a biomassa, a energia natural dos ventos, das marés e dos rios, a geotermia e, principalmente, a iluminação solar” serão mais uma vez postas para escanteio. Como na década de 50, o combustível do futuro é o petróleo.
Hoje o Brasil possui tecnologia para perfurar poços submarinos a 5 km de profundidade. Quando há um problema com o equipamento, o tempo necessário para a solução pode chegar a três meses. São três meses sem produção. Quanto tempo demorará para arrumar algo há 11 quilômetros de profundidade, nas bacias de pré-sal? Qual será o custo desta exploração? Nada disso foi dito.
O Brasil já foi o país do futuro nas décadas de 70, 80, 90 e 2000. Parece que não aprendeu com o passado. Em 2009, mais um passo para trás. Enquanto todos buscam alternativas energéticas, nós buscamos petróleo. Começaremos, em breve, muito em breve, a importar cana de açúcar e etanol.
Por: Fernando carvalho Petroni
Bibliografia:
Sachs, Ignacy – A revolução energética do século XXI, 2006.
Martin, Jean-Marie, A economia mundial da energia
DORGADEM – Organização de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios - http://www.orgadem.org.br/noticias/1903200904.htm
EPE – Empresa de Pesquisa Energética - http://www.epe.gov.br/imprensa/PressReleases/20080924_1.pdf

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A produção de leite no vale do paraíba

O trabalho de campo foi realizado na cidade de Guaratinguetá, situada no Vale do Paraíba, uma tradicional bacia leiteira e a primeira do Estado de São Paulo até o início da década de 80. A região, que passou um diversas dificuldades, voltou a figurar entre os importantes pólos produtores de leite, algo que motivou o trabalho de campo da disciplina Geografia Agrária Aplicada.
O ressurgimento econômico aconteceu após um grande processo de modernização, da utilização de insumos, maquinário e de políticas voltadas para o setor, como o Programa Nacional de Melhoria na Qualidade do Leite (PNMQL).
Com base neste novo cenário econômico, visitamos três sítios na cidade. O primeiro visitado se mostra em um estágio intermediário de desenvolvimento, faz parte de uma cooperativa, mas ainda tem a retirada do leite de maneira manual, sem muita tecnologia. O segundo já conta com uma grande infra-estrutura e é assessorado pela Danone, enquanto o terceiro não pertence a nenhuma cooperativa e está atrasado em relação à região.
O primeiro sítio visitado pertence à Cristina. Ela é dona de quase 60 vacas leiteiras. Ex - professora, abandonou a cidade para morar na propriedade onde sua irmã mora.
Em sua terra “morroada” produz 500 litros de leite por dia. Toda a produção é recolhida pelos oito caminhões da cooperativa da região, a Maringá - Serra do Mar.
O sucesso visto hoje demorou a chegar. Cristina contou que começou do 0. Nada sabia sobre leite. Sem experiência na área e com poucos profissionais qualificados na região, custou a aprender, tanto que plantava um capim não recomendado.
A guinada só aconteceu com a ajuda de um agrônomo, pertencente à cooperativa, substituiu o pasto por cana e profissionalizou os trabalhadores. Com o auxílio deste agrônomo, as vacas menos rentáveis, como as Girs, começaram a ser substituídas gradativamente por Holandesas e Jerseys.
Para a dona da terra, mesmo com a produção em um bom estágio, muito ainda tem de ser feito, mesmo porque, o lucro é praticamente irrisório. Em meses de boa tiragem o superávit não passa dos R$ 3 mil. Nos outros meses, todo o dinheiro arrecadado volta para a terra como benfeitorias.
O segundo sítio visitado foi o de Vagner, produtor que entrou no ramo de leite após suas plantações não darem certo.
No início, Vagner e seu sócio, no caso seu irmão, contavam com apenas 10 vacas leiteiras. Hoje possuem um trator, avaliado em R$ 11 mil, 50 animais, aproximadamente, e um tanque de armazenamento. A produção beira os 700 litros/dia e é comprada pela Danone.
O produtor é assessorado por um agrônomo da Danone. Segundo ele, esta ajuda melhorou a qualidade de seu pasto, do milho e da cana, resultando em um leite de melhor qualidade e com um maior valor agregado. A assessoria também o fez dominar as técnicas de inseminação artificial, abrindo a possibilidade de melhorar seu rebanho.
A retirada do leite também foi requalificada. Anteriormente era feita sem instrumentos adequados, pondo em risco à qualidade do leite e a saúde do animal. Hoje toda a ordenha é feita por máquinas, diminuindo o manuseio das tetas.
Endossando o coro de Cristina, Vagner também reclama que todo o dinheiro que recebe volta para a terra, não ficando com uma parte significativa em suas mãos.
O último sítio visitado estava fechado. O proprietário não estava. Mas mesmo assim foi possível ver que ainda estava engatinhando em relação aos demais. Sem contar com o apoio de nenhum agrônomo, as vacas não usufruem de um pasto adequado, deixando a qualidade do leite duvidosa e inviabilizando a compra do produto por cooperativas da região. Geralmente vende a produção para os vizinhos e está longe de viver do leite.
A ajuda, a informação e a modernização fizeram com que a região do Vale do Paraíba voltasse a figurar no cenário nacional. O grande problema é saber como as pessoas viveriam caso as cooperativas, e mesmo a Danone, não comprassem mais o leite. Como toda a produção é escoada por estes dois meios, o produtor fica de mãos atadas, sem alternativa na hora da venda. Até o agrônomo é cedido pelos compradores. Vagner, por exemplo, não tem um contrato assinado com a Danone. A empresa não é obrigada a comprar toda a sua produção. Assim, sobram perguntas: Como viveriam os produtores caso as empresas e cooperativas não comprassem mais o leite? O que eles fariam com o dinheiro investido? A realidade é animadora, basta ver agora o futuro deste modo de produção.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Cultura Inútil

O ponto mais profundo da terra fica no oceano pacífico à sudoeste das Marianas. Chamada de Challerger, a fossa marítima atinge 11.033 metros de profundidade.

O ponto mais alto da terra é o Everest, que atinge 8.848 metros.

Com isso, a distância entre o ponto mais alto e o mais baixo do planeta chega a, aproximadamente, 20KM. Pouco, não?
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Valorização e revitalização do Largo da Batata

A prefeitura da cidade de São Paulo em parceria com o Metrô propõe a valorização do Largo de Pinheiros, local mais conhecido como Largo da Batata. Esta valorização do espaço, segundo a prefeitura, busca “atrair de novo a população para usufruir de uma área tradicional, que nos últimos anos sofreu degradação”.
A proposta de revitalização gera uma série de perguntas: as pessoas que passam por lá todos os dias, não exercem o papel da “população”? Os proprietários de imóveis ou de comércios no local são culpados ou apenas vítimas desta degradação do espaço? Será que a “valorização” tem o aval dos proprietários, das pessoas que usufruem do espaço e principalmente daqueles que retiram seu sustento das mediações locais?
O Largo de Pinheiros já foi um importante centro de distribuição de produtos. O nome originou-se de um antigo galpão de batatas que era freqüentado por pessoas que vinham de longe e não moravam ali.
A historicidade do local contrapõe a idéia principal da revitalização, que, de acordo com os órgãos, deve ser atrair a população desta tradicional área. Se pensarmos assim, veremos que a população da área não foi alterada. Os trabalhadores, vendedores e viajantes continuam ocupando a região. Assim, o espaço manteve sua identidade. “Sempre foi um lugar de consumo e consumo de lugar.” (LEFEBVRE)
O Largo da Batata de hoje expõe a cultura de quem o habita de fato, “a ponto de interferir na interpretação da organização espacial humana como um produto social, passo primeiro e fundamental para se reconhecer a dialética sócio-espacial”(SOJA). Seus habitantes são camelôs,os donos de lojas populares e de produtos das mais diversas regiões do país, além das tradicionais barracas de comidas típicas em frente aos muitos pontos de ônibus.
Mas não se pode entender revitalização como algo único, a serviço da sociedade. Tem que se pensar também em um sentido mais amplo, capitalista. É é neste cenário que se soma a palavra valorização.
Valorização tem como significado o aumento do valor ou do preço de algo, em virtude de ter recebido aperfeiçoamento ou melhoria. Ou, segundo a prefeitura “uma região de convívio com potencial de investimentos imobiliários e empresariais”.
Esta valorização pode fazer com que a “realidade urbana perceptível, como ruas, praças, monumentos e espaços tradicionais para encontros, desapareçam” (LEFEBVRE). Os setores que ali se encontram não se encontrarão mais, determinando assim, o fim das relações hoje existentes.
Não há dúvidas que o local exige uma intervenção. A questão é como contemplar as diversas camadas da sociedade que vivem daquele espaço. Não se pode deixar de lado o “fator humano” em detrimento do “urbanismo dos promotores de vendas”. Não se deve intervir em um espaço sem conhecer o seu alcance, sua validez, seus limites e suas relações recíprocas. A integração sem a participação da sociedade não tem sentido, e sem ela, a desintegração continuará, sob a máscara e a nostalgia da integração.


BIBLIOGRAFIA

SOJA, E.W. Geografias Pós-Modernas – A reafirmação do espaço na teoria social crítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

LEFEBVRE, H. O direito à cidade. Editora Moraes.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

terça-feira, 21 de julho de 2009

A volta de quem ainda não voltou

Janeiro de 2008. Mês de minha decadência futebolística.
Foi em uma segunda-feira que perdi uma das minhas maiores alegrias na vida. O futebol.
Parece muito dramático falar isso, mas não é. Esta perda foi praticamente à mais triste de minha vida até agora. Já tive lesão em outro joelho(direito), mas mesmo com o longo tempo de inércia, o problema era menor. Este segundo golpe foi muito mais duro do que o anterior.
Passados 9 meses, muitos deles em fisioterapias, academias, sonhos e dores, eu voltei. Mas não voltei.
O joelho acusa cada golpe. Não é mais possível acompanhar o atacante. A bola está sempre longe. Toda hora um estalo é ouvido.
Meu segundo jogo na linha foi marcado pelo péssimo futebol. Passes ridículos, tempo de bola pífio e uma dor incessante na parte posterior do joelho.
Ainda é cedo para dizer que nunca mais jogarei futebol igual antigamente, mas cada dia que passa, e envelheço, o retorno apoteótico fica mais longe.
Só me resta torcer e pensar que tudo isso não passa de um problema temporário, apesar de muitas vezes pensar o contrário.

Por: Marty McFly

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O Comunista

COMUNISTA: Escrevi isso ontem, dá uma olhada. Intitula-se «Contribuições à análise do fim da sociedade de classes».Você pode acreditar que meus colegas e parentes se negaram a subsidiar esse trabalho?

AMIGO DO COMUNISTA: Por que você precisa de subsídio?

COMUNISTA: Tá brincando? Meu trabalho deveria interessar a todos eles, de vez que somos todos vítimas da reificação do capital. Isso lhes diz respeito diretamente!

AMIGO DO COMUNISTA: E se eles não concordarem com a sua análise?

COMUNISTA: Não me surpreenderia! Eles não são mais que burgueses conformados! Não entendem que também sofrem sob o capitalismo! São ignorantes e ajudam a direita.

AMIGO DO COMUNISTA: Mas você aceitaria o dinheiro deles.

COMUNISTA: O que você quer que eu faça, sofra?


(Inspirado numa tira de Calvin & Hobbes)

Por: Fábio Lacerda

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Eu sei que eu não sou!


Ser medíocre. Assumir tal estado deveria ser levado em consideração ou acreditar que você realmente decide alguma coisa é mais importante para a sua vida? Me pergunto isso, pois aqui, onde trabalho, há um CRETINA que se sente bem quando a chefe sai. Adora falar alto, mostrar que decide, levantar da cadeira esbaforida e reclamar a cada toque de telefone.
O teatro é importante na manutenção da carreira, coisa que nunca fiz e nem farei, mas para seres medíocres a intenção é válida.
Olho para a triste imbecil sentada a minha frente. Uma garotinha de 22 anos que adora retrucar minhas críticas, tanto no futebol quanto sobre a obrigatoriedade do diploma em PUBLICIDADE.
Se eu falo que o Rogério Ceni é um bosta, ela retruca e fala que o Corinthians não tem goleiro. Se falo que diploma serve só pra dar dinheiro para faculdades de publicidade, ela se defende dizendo que a faculdade é muito importante na formação das pessoas.
Esta frase me faz refletir sobre ela. A imbecil maldita. Que que ela aprendeu na faculdade? Seguir ordens pra alterar sites de filmes? A bolar promoções - Nas compras acima de 2000 reais ganhe um ingresso de cinema?
Sinceramente a cretinice humana é grande. E pior que a cretinice, sem dúvida, é a medíocridade. É o fato de não aceitar ser um mero lixo. É não aceitar ser um ser insignificante no mundo, ser apenas, mediana, medíocre.
Eu sou assim, sou um lixo no meio de muitos, mas aceito isso. Nunca me deslumbrei com a TV, achando que aquela merda fosse importante no mundo. O ceticismo me afasta dos sonhos, mas me faz encarar mais friamente o cotidiano e a dar valor para pequenos momentos na vida.
O problema é não aceitar ser babaca, é se enganar por toda a vida, achando que você é algo que você não é.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Prazer, transeunte...


Andar. Aprendemos tal arte com poucos meses de vida. Com o passar do tempo, em nossa caótica cidade, vamos esquecendo como se faz e o que realmente significa. A ação repetida milhares de vezes por milhões de transeuntes (entenda transeunte por seu significado mais usual) vem se tornando cada vez mais difícil, não só pelas distâncias a serem percorridas, mas pelos outros que não fazem questão de valorizá-la.
Andar por míseros quilômetros em uma das regiões mais ricas de São Paulo é uma tarefa para heróis, fenômenos. A dura missão possui diversos agravantes, que vão desde motoristas em carros possantes, Vidas Lokas em motos, calçadas, ou melhor, a falta destas criaturas insignificantes, e o que mais preocupa o mundo das grandes vias, as pessoas.
Não é fácil ser rico, ter seu Audi e trabalhar em grandes salas em monstruosos empreendimentos. A falta de tempo e o bendito stress não os deixam pensar no mundo para fora de seus vidros. Aliás, para fora de seus vidros só se encontram concorrentes. Animais que querem roubar seu lugar perto da faixa. A convivência com outros seres no infernal tráfego diário o deixa mais puto ainda.
No meio da guerra entre o ser condutor e seu veículo, estão bípedes que ainda recordam, e por mais incrível que possa parecer, ainda se utilizam do andar. Pobres seres.
A capital paulista não é capaz de fazer um parque com um banco. E se algum local para se sentar é construído, não há caminho para que se chegue até ele. Só a grama o leva até seu almejado destino. As calçadas dos grandes prédios são esburacadas, apesar de seus vidros serem limpos todos os dias.
Saindo dos restos de concreto que recebem o nome de calçada, as ruas não possuem sinalização adequada para pedestres. Aliado a isso está a péssima vontade de cooperação. Motos fazem questão de acelerar ao ver uma senhora atravessando num farol verde. Claro que a senhorinha não deveria se arriscar numa rua central da maior cidade brasileira, mas será que a reação teria que ser esta? Não haveria um modo de ser mais humano, ou pelo menos tentar aceitar o fato de que a senhora sai de casa e não sabe se conseguirá chegar ilesa de umas compras?
Os nossos atos estão totalmente atrelados à educação. E pelo que se vê, a bendita está cada vez mais esquecida. Para os andantes, o fim está próximo. Tirem fotos, gravem vídeos para os filhos e netos. A partir de hoje seremos transeuntes* de uma cidade movida à gasolina.

* Que passa; que não permanece; PASSAGEIRO; TRANSITÓRIO.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

The Lucky Old Sun




The Lucky Old Sun é uma música de 1949 composta por Beasley Smith. Aqui me refiro a versão de Dr. Yusef Lateef (William Emanuel Huddleston).

É daqueles sons em que o nome casa com a melodia! Coisa hoje em dia muito ultrapassada.

Méritos para Lateef, que mesmo sendo apenas mais um artista na grande história da música, soube como ninguém o significado de seu nome!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tandis que le soleil ne vient pas*




1) Adoro o chapéu de Debbie Reynolds (Kathy Selden). Aliás, me apaixonei por ela.

2) Tandis que le soleil ne vient pas... je dansé à la pluie!!!

3) Até para jogar água tem que ter talento.

4) Se Gene Kelly estava com febre ao fazer esta cena, imagina como ela ficaria com ele bom...

5) Segundo minha família, a cena toda foi premeditada, mas sinceramente, eu acredito muito mais em transpiração que ensaio. Apesar de ter que concordar que ele é ator, e dos bons, ainda acredito que foi um momento de extrema emoção, mesmo porque, nunca mais alguém fez algo tão memorável como este momento.

6) Ahh se Kathy Selden me deixasse todos os dias chuvosos em casa... Certamente estaria com pneumonia!

7) Enfim, enquanto o sol não vem...*

terça-feira, 9 de junho de 2009

A infelicidade e o dinheiro

A infelicidade está atrelada ao dinheiro. Ainda mais quando se fica velho e passa a ocupar cargos importantes na vida!
A partir deste momento você não tem mais opinião própria. Precisa seguir padrões que lhe impõe, concordando com eles ou não.

Se teu chefe for um mau elemento e te fode, você até pode pedir as contas e dizer que vai abandonar tudo. Mas certamente abandonará "tudo" por um fim de semana.

Imagine que seu chefe o chame de traíra, coisa que aparentemente vc não é. Você pensa - vo embora e agora é pra valer, não voltarei atrás como nas outras 15 vezes. No fim de semana vc age como um garoto que acabou com a namorada. Fica orgulhoso de seu ato, se acha um cara livre, decidido! Pensa que suas decisões são as melhores do mundo, e principalmente, que vc é macho pra caralho!

- para que um emprego que não me trata tem? Vo trabalhar sozinho, ser meu chefe! Aliás, lá naquela merda iria morrer do coração, não tinha mais clima e meu chefe era um filho da puta!

Na segunda faz uma carta de demissão, mas se nega a entrega-la pessoalmente! Sabe que se fizer isso irá voltar atrás! Diz que deixará na portaria e q nunca mais voltará para aquele ambiente maldito.

De tarde, após o chefe te ligar, vc aceita tomar um café e de noite, novamente com o carro, celular, mochila e note em mãos volta para casa, dizendo que o FGTS que o blá blá blá é foda!

Isso só ressalta uma verdade: O dinheiro e a qualidade de vida te matam! Uma vez escravo sempre escravo!

(Apesar de ser um crítica é mto mais uma constatação)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A não existência do Lugar

Artigo sobre Paranapiacaba baseado no texto Não-Lugar de Marc Augê

Construída para abrigar os trabalhadores da estrada de ferro São Paulo Railway em 1867, que liga São Paulo ao litoral do estado, a Vila de Paranapiacaba é hoje um centro turístico, um local onde o antigo, ou o histórico, ainda pode ser encontrado e comercializado.
Caracterizada pelas suas construções antigas que mesclam origens inglesas e brasileiras, as casas foram construídas com as sobras dos metais utilizados nos vagões, e por isso, geralmente, possuem um tom avermelhado, semelhante aos vagões daquela época.
A cidade em si é antiga, velha, respira ainda um ar do passado, mas será que ela pode, e deve, ser considerada um lugar? As residências antigas, a igreja, o cemitério, as ruas sem calçamento, tudo isso nos remete ao passado, consequentemente, a um lugar, não?
A descrição simples e romântica nos remete à vila do passado, e em um primeiro momento, aquela transpiração nos consome. Não vemos carros, hotéis e nem produtos industrializados. Mas, é claro, sabemos que não esta romanticidade não é verdadeira. Apesar das antigas linhas de transmissão e da antiga fonte de abastecimento do vilarejo, é óbvio que para gerir aquele espaço são necessários novos fios, novas redes de esgoto e de água, além do acesso a automóveis. “Os não-lugares, contudo, são a medida da época: medida qualificável e que se poderia tomar somando, mediante, algumas conversões entre superfície, volume e distância, as vias férreas, ferroviárias, rodoviárias e os móveis considerados meios de transporte (aviões, trens, ônibus)”. (Augé, Marc, Não-Lugares, pag.74)
Analisando desta maneira fica claro que Paranapiacaba não é um lugar. Aliás, ela não é um lugar há muito tempo. O tempo, as mudanças, as pessoas, o mundo, todos os fatores a definiram como um não-lugar. Como disse Michel de Certeau “o não-lugar é uma ausência do lugar em si mesmo”, e não é verdade?
Paranapiacaba é ligada apenas por uma estrada asfaltada. Mas como antigamente, em sua fundação, não havia nenhuma, algo naquele espaço já foi alterado. Outro modo de chegar lá é por trem. Pode-se sair de São Paulo, da Luz, andar aproximadamente uma hora e pronto, Bem Vindos a Paranapiacaba. Estes novos meios de transporte facilitam a chegada e a saída do local, tornando-o assim, um local descaracterizado, ou apenas um não-lugar.

As facilidades para se chegar aumentaram, mas mesmo assim ela parou no tempo, não conseguiu conciliar o novo e o velho. A ferrovia do século XIX e seus trens são apenas enfeites e marionetes. Não exercem função alguma, a não ser míseros ingressos para um passeio. As antigas residências, mesmo que sem permissão para serem modificadas, já tiveram seu acabamento interno todo alterado, e pouco lembram as casas dos antigos operários.
Os moradores que ali residem se sustentam através do comércio e do turismo. A falta de emprego e de perspectiva faz a maioria fugir dali, os obriga a mudar para os grandes centros urbanos, deixando para trás toda a história de seus antepassados.
Esta movimentação é mais um fator que influencia na criação do não-lugar, que pode ser definido como “o espaço extraterrestre para uma comunicação tão estranha que muitas vezes só põe o indivíduo em contato com uma outra imagem de si mesmo”.( Augé, Marc, Não-Lugares, pag.75)
Paranapiacaba não sobreviverá ao predador chamado futuro. Por enquanto, a vila se sustenta em palavras, livros e principalmente nas histórias contadas pelos poucos “loucos” que lá residem. Certamente, com a chegada de um messias chamado desenvolvimento, o lugar dará seus últimos suspiros na UTI, abrindo assim as portas para uma fusão, um emaranhado de sentidos chamado não-lugar.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Segregação social na cidade


Uma rápida pincelada sobre o tema. Baseado no texto Com novas medidas urbanas, mercado imobiliário reinará absoluto nas cidades, de Valéria Nader.


O assunto não é novo. Ainda mais em uma cidade grande e endinheirada como São Paulo. Desde o começo do século pessoas consideradas desqualificadas são jogadas às margens da sociedade.
Acostumados a serem mandados para conjuntos habitacionais mais longe dos centros, as pessoas sem renda sempre foram proibidas de viver no espaço “habitável” de uma metrópole. Seja por não conseguirem pagar o valor dos impostos dos terrenos ou por serem expulsos de suas casas através da especulação imobiliária, como cita Valéria Nader em seu artigo Com novas medidas urbanas, mercado imobiliário reinará absoluto nas cidades: “mais uma vez, algumas das populações afetadas, como comerciantes tradicionais... que provavelmente deverão deixar seus locais de trabalho por pressões do setor imobiliário, e também vários dos estudiosos da questão urbana”.
Criado para diminuir a exclusão social e aproximar os moradores de seus bairros com as políticas públicas, o Plano Diretor surgiu como um salvador da pátria, algo que poderia revolucionar o modo de pensar e gerir centros, fossem eles bairros ou até mesmo cidades.
Baseado neste ideal, o Plano Diretor faria com que a população escolhesse o que seria importante em seu bairro, o que mais carecia na região e quais seriam os modos de amenizar e aprimorar os itens já contidos naquele espaço.
Foi com base em uma espécie de Plano Diretor que começou a se pensar um novo bairro da Luz, em São Paulo, onde drogados, viciados e indigentes seriam retirados, os locais ociosos seria ocupados e a área degradada e sem vida seria novamente habitada, até voltar a gozar de glamour e vigor.
Mas parece que o plano da Nova Luz não será tão bem sucedido. Com a inoperância do estado, aliada à falta de recursos e de investimentos, os órgãos municipais foram obrigados a pensar em outro meio de ajudar a região, e o novo modelo de gestão escolhido foi a “terceirização da área degradada” (Nader, Valéria, pag.3)
Esta terceirização é um retrocesso em relação ao Plano Diretor. Ao invés de trazer a população para a discussão, ela passa todo o poder para empresas. “Como conseqüência inelutável, e tão ansiada execução do novo plano habitacional tenderá novamente a concentrar a população mais pobre nas periferias, longe das áreas centrais e de sua infra-estrutura urbana, onerando o orçamento público e gerando novos problemas de urbanização” (Nader, Valéria, pag. 1). Sendo assim, as modificações do local “comprado” não seriam mais os de interesses públicos, e sim, os de interesses empresariais e privados. Nenhuma empresa investe se não houver retorno, e neste caso, ao se apropriar de uma área comum da cidade, as ações iriam totalmente contra interesses populacionais.
Esta compra de espaços públicos nunca irá aproximar os excluídos dos centros urbanos. Cada vez eles serão jogados mais para as periferias, e mesmo que quisessem voltar, não poderiam, já que não arcariam com os altos custos de vida nos bairros comprados pelos grandes empresários.
Esta lógica, a de vender bairros para a iniciativa privada, parece ser vantajosa em um primeiro momento, mas será que é realmente boa para o estado? Quando jogamos os miseráveis para longe, o investimento em outros setores serão muito maiores. O transporte público por exemplo. Em uma região central já existem metrôs e trens. E na periferia? Não. Neste caso teria que construí-los, mas como o custo é alto optariam pelos ônibus. O ônibus aumenta o trânsito, logo os custos, causa maior poluição, logo problemas respiratórios, e obrigaria um investimento em outros campos. A exclusão também acarreta em outros gastos gerados pela criminalidade, saúde e infra-estrutura. Analisando friamente a exclusão, será que vender localidades centrais é melhor que reabitá-los? Não seria o caso de parar de segregar grande parte da população e diminuir os altíssimos gastos?
Certamente a terceirização não ajudará em nada o desenvolvimento dos centros degradados nas grandes cidades. Enquanto não houver uma política pública integrada, que consiga ouvir os anseios da sociedade, continuaremos a viver em uma país marcado pela disparidade econômica, racial e social.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A metereologia e o acidente da Air France

Esta é uma das hipóteses, dita por vários especialistas e pilotos! Quero deixar bem claro que eu não sou técnico, sou apenas um aluno de geografia que me interessei pelo campo da climatologia! Então não quer dizer que o que eu escreva seja verdade! São apenas alguns dados rápidos sobre o incidente.

ZCTI - Disseram que a Zona de Convergência Intertropical (ZCTI) poderia ter derrubado o Airbus da Air France. Analisando as imagens postadas no post passado, observamos uma área no nordeste brasileiro com um "retângulo". O avião passa por ali. No caso da carta da marina, o "retângulo" informa que alí fica a zona de convergência, ou melhor, onde os ventos e nuvens formadas no enquador "caem" para o hemisfério sul! Esta zona é formada por nuvens Cb - Cumulus nimbus, que são nuvens carregadas, geralmente com raios, chuvas e granizos e que podem atingir 18KM de altura.
O avião estava a 35000 ft aproximadamente, o que da 10Km de altura! Neste caso, certamente ele atravessou uma área tensa, com chuvas e raios!


Porém, mesmo atravessando estas áreas, é quase impossível que um raio derrube um avião! Neste caso, vamos epsrar as novas informações, ou melhor, desinformações!

Até!

A imprensa e a falta do que falar



Finalmente um novo evento midiático! E novamente mais um acidente aéreo! Que sorte tem a Record e a Band! Tvs que vivem da miséria e da pobreza!

Eu já cobri os acidentes da GOL, TAM e Learjet. Não sou experiente por isso, mas já percebi o que é importante nestes acidentes. Achar quem é o culpado e esclarecer o porque do ocorrido?Claro que não! isso é a ultima coisa a se pensar! Primeiro vem o que interessa, entrevistar famílias e fazer todos chorarem. O problema é que agora a empresa não é a TAM e não caiu em SP! Logo, fudeu a imprensa! A maioria dos passageiros são franceses. Neste caso não terá heróis ou vilões, simplesmente terá um acontecimento, um fato!

Neste novo acidade, da Air France, já são várias as suposições e nada de concreto. Como sempre. Pela manhã muito se disse sobre a ZCTI, Zona de COnvergência Intertropical. Mas o que seria isso? Será que é simples para todos entenderem fatos metereológicos sem mapas e satélites?

Vou postar aqui a imagem de satélite das 23:15, ou 02:15 GMT! Também colocarei a Carta de Pressão da Marinha do Brasil da 00 horas.

Depois delas direi um pouco do que sei! Ou acho que sei

sexta-feira, 22 de maio de 2009

O problema de ver aqui no blog

Como aqui corta a borda do vídeo, não é possível selecionar o sistema HD. Sem ele o video fica meio azul, então, caso queiram uma melhor vizualização, tente abrir pelo próprio YouTube!

Valeu

6/6

5/6





O DEIXAR PRA LÁ É QUENTE!!!

4/6





A bola já esta comigo e os dois beques colados às minhas costas me obrigando ao drible, diz Galvão

Eu vivo disso,
Sou Garrincha por convicção
Sou Tostão para não me machucar

Não há filosofia além disso,
só um novo, o criado a cada minuto
E não tem dois tempos para quem anda
A dúvida só tem a duração de um lance

Ser junto, ser mais de dois
O sonho dourado da família
Encontro constante continuado com o fiozinho de nada que é você

E chegou ahora desta gente bronzeada mostrar seu valor
Viemos de uma geração velha, cansada da guerra
E crescemos sobre os fluidos da brincadeira de bandido e artista,
Tela e palco,
Somos de depois da guerra

Nem a soma nem a diferença
Somos depois de todos os papos
Alguém do meio da rua
Sem sem autorização nenhuma, cumprindo a sua

Resolvendo ao seu redor e por dentro
Tinindo e trincando
Alguém tem que segurar a barra

3/6

2/6

1/6

Novos Baianos F.C

Sim, o documentário completo de Solano Ribeiro sobre a maior banda de todos os tempos!

NOVOS BAINOS!!!

A produção foi de um canal alemão, já que aqui no Brasil não temos condições de valorizar o que de melhor temos!

Seguem todas as 6 partes do maior documentário do MUNDO!!!

Ainda bem que os alemães existem!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Procura-se

camile yarbrough

terça-feira, 5 de maio de 2009

Bela propaganda!

A alegria...

Nunca escrevo nada nos momentos de alegria. A mente ocupada impede que você fique se lamentando e chorando. Quando não há muito o que fazer, procuro motivos para achar culpados, reclamar dos outros ou da vida.
Não posso dizer que tenho o coração completo. Ele está vazio de sentimentos e paixões.
Só a mente está cheia. É a nova casa na praia - basicamente a nova razão da semana -, são as aulas diárias, puxadas e com muitos trabalhos. Trabalhos estes que me fazem ficar preocupados, mas que muitas vezes não são levados à sério.

A mente cheia me impede de refletir. Não olho para o lado. Acordo, trabalho, estudo, corro e durmo. A corrida impede que eu saia. Mas se saio lembro de como gostaria de estar correndo sem ninguém em minha volta.

Cada dia que corro e não penso me sinto mais isolado do mundo. Sem vontade de econtrar velhos amigos, ou menos de ficar com algúem. Andei pensando sobre isso enquanto pernilongos me perturbavam na sexta. Ano passado, assim que sai do SBT, queria muito uma namorada. Queria tanto que consegui (não que tenha sido mérito meu). Hoje em dia não suspiro por ninguém, não quero ninguém e nem mesmo tenho vontade de interagir. Será que to doente? Será que nunca mais vo ficar afim de alguém?
Não posso dizer que minha situação atual não me preocupa! Preocupa e muito. Mas não há o que eu possa fazer aparentemente.

Se eu saio penso em correr. Se corro penso em sair. Se não pego ningué penso em pegar. Se tento pegar sinto que não to afim.

PS. Este texto era para ser feliz, mas como eu nunca escrevo nada na alegria, arrumei no meio dele algo triste!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Não muito alto por favor



O que difere o som da música? Por que será que a música "baixa" sempre foi considerada de elite e a alta de pobre?


A música da elite é o jazz e a erudita, e vou me dar o luxo de colocar a Bossa Nova no meio.


Os grandes nomes do jazz nunca tocaram nada alto. O som sempre foi baixo, pausado e intenso, cheios de pensamentos e inspirações.


A erudita, pelo que eu saiba, tem seus pontos altos, como Pavarotti, mas no mais, ela é uma música tocada baixa.


No caso da nossa Bossa Nova, que também é considerada de elite, ninguém de baixa e média renda a ouve. E isso é certo. N~em se quer conhece ou sabe ao menos do que se trata.


A Bossa Nova é baixa. O seu criador nunca teve voz, o famoso pianista e maetro nunca cantou bem. A "baixeza" da música o faz pensar. Você é obrigado a dialogar. Ela não é um som, um barulho em seus ouvidos, ela é uma música. Tem começo, meio e fim. Exige uma educação, não pode ser incorporada ao seu dia a dia de uma hora para outra. Você não acorda afim de ouvir Bossa ou jazz. Se você não se forçar para tal, certamente irá dizer que a música o faz dormir e que por ela ser lenta, ou pausada, ou exigente, é uma merda.


- Ai, é pra dormir aqui? Com esta música vou bodiar! Diz a rapaziada "animada" e moderna.


Por que será que a população de baixa renda ouve pagode e funk, ambos em volumes altíssimos?


A resposta para mim é simples. Porque não exige pensamento. Não exige entendimento. Do jeito que entra sai.


O volume da música ajudou o mundo a consumi-la. Sem as potentes caixas de som o mundo seria para poucos (vide Beatles, que apenas nos lugares da frente era possível ouvir o som. No fundo, os mais pobres, gritavam e abafavam o fraco som que chegava). A música ficaria eternamente só para os pensantes. Ainda bem que o som "aumentou" e todos podem rebaixar seus carros, abrir os porta- malas e botar seu Funk preferido. Salve a "Baixeza" da música, porque só ter um bom aparelho de som não significa que você irá ouvir algo bom.

terça-feira, 10 de março de 2009

Só mais uma terça feira...

Queria que um simples convite para um almoço virasse um fim de semana perdido na areia. Que aquele simples olhar perdido focalizasse os lábios que já foram meus e que por mim já aclamaram. Meus por pouco tempo, mas que traziam minha momentânia alegria de viver. Saudades daqueles longos cabelos loiros, dos simples comentários idiotas e daquela profunda falta de gestos e pensamentos nos reencontros. Do nada a declarar, passando por aquela vontade louca de ouvir...
Vontade essa que não sai nunca dos sonhos, que não sai do perfume eternizado pelo sofrimento e que tanto me persegue e me incomoda. Ah, se pudesses ver, rever e tentar. Se pudesse sorrir, beijar e trair. Não a queria so para mim, não gostaria de ser o único. Simplesmente queria poder dividir o abraço e os beijos de algo que eternamente considerarei meu.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Mais um cara consciente no mundo...

Por Sérgio Rizzo


Em sua mais recente crônica no site Sintonia Fina, “O fim da música”, o jornalista, crítico e produtor musical Nelson Motta propõe tema polêmico para debate.
“Assim como Fukuyama proclamou o ‘fim da história’, pode-se dizer que estamos vivendo o ‘fim da música’”, diz ele, referindo-se às ideias sobre o suposto triunfo do liberalismo político e econômico apresentadas pelo ensaísta norte-americano Francis Fukuyama no livro “O Fim da História” (1992).

“(Fim da música) Não no sentido apocalíptico ou de extinção, mas de saturação”, explica Motta. “Já temos música demais, há muito tempo, antes mesmo de todas estarem disponíveis na internet. Imagine que, no tempo em que você lê esta crônica, milhares de músicas, de todos os gêneros, estão sendo feitas no mundo inteiro e disponibilizadas na rede. Com certeza, apenas uma parte infinitesimal terá, por qualquer critério, alguma qualidade. O resto será puro lixo, apenas poluição sonora.”

De acordo com Motta, programas de computador permitem hoje que “qualquer um” faça música, “sem saber música e sem tocar qualquer instrumento”. “Depois do rap - a forma mais livre de música, porque não exige saber cantar nem tocar, bastam um beat e versos ritmados - nunca foi tão fácil fazer música. Ou pior, lixo musical, porque para fazer música boa, e bom rap, é preciso talento, que raros têm. Depois do rap, o que ainda se pode fazer de menos, em termos musicais?”
E desafia: “Quem pode produzir hoje uma ópera ou um musical da Broadway, não melhor, mas pelo menos no nível dos melhores? Como ousar canções de amor sofisticadas depois de tudo que Cole Porter e Tom Jobim fizeram? Como reinventar o rock, a MPB, a bossa nova, o soul, o folk, o flamenco?”

Talvez por esse motivo, na avaliação de Motta, a produção musical moderna mais interessante seja “a derivada da eletrônica e do hip hop, das fusões de ritmos e timbres, principalmente porque nada, melhor ou pior, já foi feito antes”.
Como este é um blog de cinema, e não de música, perguntas: seria possível trocar a palavra “música” por “cinema” na crônica de Motta e sustentar raciocínio semelhante, concluindo que exista também no campo do audiovisual uma “saturação”, com “imagens demais, há muito tempo”? E a “produção cinematográfica mais interessante” seria também alguma espécie de fusão que não guarde paralelo com nada, “melhor ou pior”, que tenha sido realizado antes?

segunda-feira, 2 de março de 2009

Filme O Mistério do Samba




Odeio a Marisa Monte. Não acho que ela canta bem! Acho que tem no máximo uma vozinha afinadinha, nada além disso. Voz inexpressível e sem encanto.


Mas não irei falar mal só da voz da coitada, quero ir além.


No filme o Mistério do Samba, em que ela é quase uma "protagonista", acho que ela se queima. Não duvido que ela realmente fez a compilação dos sambas, que organizou e trouxe à tona muitas coisas boas, mas, ela não poderia cantar com a Velha Guarda. Uma coisa é ela cantar com o Paulinho da Viola, grande mestre, que tá sem voz e canta baixo. Outra é ela ir no meio da quadra e querer alcançar as Pastoras, Monarco e Zeca Pagodinho. Aquele momento é nítido que ela se sente mal, ela olha para os lados e nem se ouve. Pede apoio. Ela tem a voz abafada, sofrida e morta.


Eu a odeio. Mas acho que ela se odeia também. Quem disse a ela que aquilo ficou bom?Se no filme fica ridículo, imagine a impressão dos que estavam na quadra ao vivo. Ainda bem que eu só vi o filme!!




Marisa fique em casa! Obrigado!

Os verdadeiros músicos brasileiros




Tudo que quiseres te darei, oh flor
menos meu amor
darei carinhos se tiveres a necessidade
e peço a Deus para te dar muita felicidade
infelizmente só não posso ter-te para mim
coisas da vida, é mesmo assim,
Embora saiba que me tens tão grande adoração
eu sigo a ordem e esta é dada por meu coração
neste romance existem lances sensacionais
mas te dar meu amor, jamais.
A gente ama verdadeiramente uma vez
outras são puras fantasias, digo com nitidez
mas uma história de linguagens sensíveis e reais
o que quiseres mas o meu amor, jamais.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Até o Muricy concorda...

Finalmente o cretino do Muricy disse algo pertinente e verdadeiro!!!


Muricy Ramalho tem uma explicação rápida e direta para os que se revoltam com a maneira ríspida que, às vezes, se comporta nas coletivas do São Paulo.

Muricy: você não prejudica a sua imagem tratando os jornalistas muito mal nas coletivas?
Tem gente boa que vai acompanhar o treinamento. Mas é exceção. Não não vou enrolar: não tolero a falta de respeito da molecada que acompanha o dia-a-dia dos clubes. Os meninos
acabaram de sair da faculdade, não sabem nada de futebol, não acompanham os treinos e fazem questão de criar onda. Desrespeitar a tudo e a todos. Comigo, não. Respondo na lata. Não
admito ser desrespeitado na minha casa.
Como assim? Você vê tanta maldade?
Não é só maldade. É desrespeito. Hoje todos querem aparecer, ter a manchete mais polêmica, deixar o treinador ou o jogador o mais constrangido possível. Eu não nasci ontem. Muitas
pessoas amigas me falam para eu me controlar, que eu vou prejudicar se continuar a dar respostas atravessadas. Mas eu não estou nem aí. Dane-se. Se não me respeitam, eu me faço
respeitar. Se quiser falar sobre futebol, eu falo por dois anos seguidos. Agora, se vier com sacanagem, vai ouvir.
Você acha que isso é coisa de geração? O que mudou no jornalismo?
Não é só no jornalismo. É no mundo. Quando eu era jogador tinha dois, três jornalistas que acompanhavam o clube. Você sabia quem era a pessoa. Aprendia a confiar. A relação era outra,
havia amizade. Hoje em dia, mais de trinta jornalistas vão aos treinos do São Paulo. Há muitos veículos de comunicação, muita concorrência, muita mudança de emprego. Mal você
conhece um, essa pessoa vai embora. Agora, o que me deixa louco mesmo é que quase ninguém assiste o treino. Várias vezes eu estou comandando o time e olho, está quase todo
mundo comendo bolachinha e tomando suquinho que o São Paulo dá. De costas para o campo. E depois com que moral vão me perguntar? Ah, eu não deixo barato, não.
E qual é a sua preocupação com a sua imagem?
Nenhuma. Ou gostam de mim como eu sou, ou esquece. Não vou mudar. Não trabalho para agradar ninguém. Trabalho para fazer o meu time ganhar. Não para agradar jornalista que
come bolacha de costas para o treino...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Do banheiro

"Deixe de ser a porra de um reprodutor e passe a ser um pensador"

Fonte: Banheiro da Playtwo

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Enquete da segundona


Se um garoto sem educação, que morou sempre em uma favela e nunca frequentou um escola, ganhasse 1 milhão em um jogo de perguntas na televisão, o que ele seria?

a) trapaceiro
b) sortudo
c) gênio
d) predestinado.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Africanização

Como nós brasilerios somos babacas. De um dia para o outro achamos que devemos dar ordens ao mundo. O caso da brasileira supostamente atacada por neonazistas é um destes casos em que deveríamos pedir desculpas.

Fomos prepotentes, quisemos buscar culpados antes de analisar o caso. EXIGIMOS investigações. Agora, quem somos nós parar exigirmos investigações na Suiça? Se não agimos aqui, por que devemos tentar mandar em outro país? Se somos incompetentes aqui, se não botamos ninguém atrás das grades, por que devemos achar que todos são ridículos como nós?

O que fizemos foi um absurdo, algo digno de brasileiro acostumado com 3° mundo. São com estes atos que cada vez nos tornamos mais uma África que uma Suiça. E pelo que parece, a africanização não está muito distante. Somos realmente medíocres!!!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O incrível mundo do fone




O incrível mundo do fone é aquele que o torna feliz. Quase um paraíso! Você não precisa ouvir ninguém, naõ precisa ouvir os desabafos exagerados das pseudointelectuais e nem os pensamentos altos nada interessantes.


Com o incrível mundo do fone você se desprende da janela, se contenta com a luz branca e fica feliz com quem você não ve e nem conhece, mas sabe que aqueles caras te entendem e sabem o que você quer.


No incrível mundo dos fones não tem mulher, não tem homem, não tem problema! Tem a solução e resolução dos mundos palpáveis!


Viva a exclusão digital e pessoal!!!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Personagens de minha segunda feira...

Hoje eles foram incríveis!

Baby Charles
David Ruffin
Eli PaperBoy Reed
Lefties Soul Connection
Móveis Coloniais de Acaju
NaturalSelf
Raphael Saadiq
Sharon Jones
The Quartertones
The haggis Horns
Eddie

Dúvidas, perguntas e sugestões no msn

No embalo da carona

http://vejasaopaulo.abril.com.br/revista/vejasp/edicoes/2098/mandachuva-transito-418770.html

Eu não havia lido a entrevista do Sr. Alexandre de Moraes, secretário dos Transportes e presidente da CET e da SPTrans.Li ontem de noite (domingo, dia 8 de janeiro). Lia sem preconceito. Mas foi impossível me manter indiferente ao escrito.
Ele acha que quem manda não precisa saber do assunto, basta ser bem assessorado. Ok, então eu vou começar a advogar e ligar pra ele durante os julgamentos. Ou então me formo em jornalismo e trabalho como enfermeiro. Se não serve pra nada saber do assunto para que estudamos 4 anos em faculdades?
Seguindo a entrevista não é possível achar nada de relevante. Além de não apontar nenhuma solução para o trânsito de merda desta metrópole ridícula, ele só diz que no final do ano tudo vai mudar...
A questão é, como algo vai mudar se ele não entende nada e nem tem planos para isso?

A população que busca alternativas....

A idéia aparentemente é muito boa. Você pega pessoas que fazem o mesmo trajeto que você faz e ao invés de todos irem de carro para o mesmo lugar, utiliza apenas um.

Vamos aos fatos: Neste site http://www.juntoo.com.br/ você arruma pessoas que têm os mesmo hábitos. Exemplo: Você mora no PQP e todo dia vai até o PQP 2 .Daí, ao invés de utilizar diversos carros com o mesmo destino utiliza apenas um. É um site de carona.

Além de diminuir o trânsito você interage com outros seres. Aparentemente muito legal. Mas e para quem tem mais de uma atividade diária? Fica de busão depois? Isto se tiver busão até lá né??
Talvez isto funcione em locais menores ou para quem mora muito próximo do trabalho.

Infelizmente não poderei usufruir de tal e meu carro continuará nas ruas, junto com muitos outros.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

2008 ou 1914?

Pensamento feito com base em um texto e um filme sobre o Fordismo. A idéia era fazer uma reflexão sobre o tema, mas tentando encaixá-lo no seu (no caso meu) modo de ver e pensar o mundo...


2008. Como é bom o século XXI. Temos carros, infra-estrutura, geladeiras, comidas congeladas e fogão. Sempre perto existem supermercados, lojas de jóias, roupas e perfumes. Os chamados artigos de primeira necessidade. Mas é claro que não podemos esquecer que para ter acesso a estes pequenos itens temos que trabalhar.
Vamos levar em consideração um garoto de 24 anos que já está fazendo a sua Pós. Ele estudou todo este tempo e quase sempre sem poder escolher nada. Diziam o que ele teria de matéria, e ele aceitava. Diziam o que ele iria comer e ele aceitava. Estipularam horários para cada parte de seu dia. - Às 7 você entra, às 9 joga futebol, às 10 toma café e às 13 horas já pode ir embora. Agradável não? Depois em casa tinha o horário de fazer o dever, o de ver TV e o de dormir. Realmente a sua opinião sempre foi relevante.
Ele cresceu, se formou e agora trabalha apenas 10 horas por dia. E não podemos nos esquecer da Pós, pois só assim ele será diferente dos demais. Trabalhando de segunda a sábado 10 horas por dia, ele não dispensa o chopp no final da sexta-feira. Todos engravatados, com sapatos italianos e camisas da Giorgio Armani. Os bares não são mais um local de se tomar um chopp ou de relaxar. Eles são locais onde se pode mostrar o poder, o seu nível na sociedade. Este é o momento em que o outro, trabalhador sem Pós, sem grandes ambições e que sai de chinelo ser escorraçado, visto como uma roda fora da engrenagem. Nos bares já percebemos a hierarquia. Os bem vestidos tomam uísque 12 anos e se agüentarem um chopp, enquanto os menos favorecidos se contentam com uma cerveja resfriada no bar da frente. E isso sem falar nos que trabalham nos bares.
Bom, mas se pensarmos, o bar é só de sexta, e ele não poderá esperar tanto tempo, porque afinal, ele tem que ser feliz e se sentir bem para ir trabalhar. Ora, se alguém trabalha às 8 da manhã, almoça às 13, volta às 14 e vai até às 18, ainda tem o resto da noite para a diversão. Então por que não começar a academia para ficar lindo e com uma aparência saudável? Na academia o seu dia também é dividido por tempo ou repetições. Segunda braço, terça perna, quarta costas e assim por diante. O treinador te da uma penca de exercícios. 20 repetições de 12 vezes. 3 séries de 15. E assim vai. Duas horas se passam e pronto, está liberado para jantar. E certamente com a cabeça e o corpo tranqüilo.
No jantar não se pode comer carboidratos porque engorda. Então se come folhas, sucos naturais, frangos grelhados. Tudo isso para se manter no peso. Também não se pode comer tarde e dormir, porque deitar com a barriga cheia faz mal. Enfim, não se pode nada. Não se pode escolher o que se come. Só se come o que dizem que é bom.
No dia seguinte a rotina é a mesma. Trabalho, almoço, trabalho, e quem sabe dar aquela espiadinha no Orkut, para ver se aquela gata te deixou um mensagem. Não, nada disso. O acesso foi negado. Por que perder tempo vendo coisas fúteis se o importante na empresa é trabalhar? Aliás, hoje rastreiam e-mails, grampeiam telefones e bloqueiam links de seu gosto. As suas ligações são rastreadas e caso você ultrapasse o limite de minutos, receberá uma notificação. No prédio de seu escritório existes milhares de câmeras que não deixam você beijar a secretária, que te impede de ir a cobertura ver a paisagem e que identificam seu carro, seu terno e sua pasta.
Se pensarmos bem, nem o seu dinheiro é seu. Você o deixa em um banco, em que o gerente escolhe como aplicá-lo e onde. E depois diz que é para o seu bem, e que é para ele (dinheiro) não ficar parado.
Não evoluímos muito em relação ao início do fordismo. Ainda estamos nele, e ele é o nosso contidiano, é uma necessidade. Não há como não olhar um relógio. Nem como fugir das regras estipuladas pelas empresas. Por estes motivos, será que estamos tão distantes de 1914?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Entrevista com o Maestro Júlio Medaglia

Segue uma entrevista da Revista Bravo, 6/10/08, feita pela jornalista Marina Mantovanni...

Maestro, compositor e interessado por cultura em geral, Júlio Medaglia foi um dos idealizadores da Tropicália. Suas opiniões sempre carregadas de provocação e cheias de argumentos o tornam também um crítico respeitado. No alto de seus 70 anos, ele ataca o rap e a música brasileira sem delongas. Leia!

Você se especializou em música erudita e estudou regência na Alemanha. Como foi o seu primeiro flerte com a música popular?

A MPB sempre me interessou por sua originalidade, criatividade, diversidade de linguagens e importância na movimentação cultural brasileira como um todo.
Quando e como se deu seu contato com a Tropicália? Quais eram os seus ideais musicais quando se juntou a este movimento de vanguarda? Eu não me "juntei" ao movimento tropicalista. Estive presente na sua própria criação. Eu havia composto a música para uma peça de teatro de Bráulio Pedroso para Cacilda Becker (a maior atriz brasileira da época) e Walmor Chagas (seu marido) chamada "Isso Devis Ser Proibido". Caetano assistiu à peça e à gravação em estúdio e se aproximou de mim. Trouxe um projeto musical que desenvolvemos, o qual resultou em meu arranjo para a gravação da música "Tropicália", que deu origem ao movimento – fins de 1967 / início de 68. Se a Bossa Nova havia sido um movimento de implosão da música brasileira, de "filtragem" de elementos, o Tropicalismo foi o contrário. Uma explosão de componentes que minava o campo para criar condições para o surgimento de um novo pensamento cultural mais diversificado em termos artísticos, técnicos, comportamentais, sociais e humanos.

Na década de 60, as emissoras de tevê propagavam a MPB por meio dos festivais, nos quais, aliás, você participou ativamente da organização de alguns. Por que hoje os canais abertos não têm um interesse maior na divulgação da cultura nacional? De onde vem esse marasmo em que vivemos? Em termos de novidades e criatividade, o que acha da música brasileira hoje?

Os anos 60 foram incandescentes no mundo todo. Foi um período muito criativo em todas as áreas culturais. No final do século XX, porém, cresceu de tal maneira a produção da indústria eletrônica em todo o mundo que perdeu-se uma relação saudável com a criação espontânea. Os produtores, não sabendo lidar com o talento humano, resolveram, eles mesmos, criar seus próprios monstrengos para serem comercializados com rapidez e descartados logo. A crise de criatividade é mundial e em todas as áreas. A criatividade, porém, não diminuiu. Só faltam os meios para que ela possa se exibir. Aos poucos, quando o processo de imbecilização coletiva via eletrônica estiver cansando, as pessoas irão procurar novas idéias e verão que muita coisa boa continuou sendo feita.

E a internet? Você acha que o fato de ela abrir espaço e facilitar a difusão de muitos artistas, pode banalizar a música ou fazer com que as pessoas tenham mais contato com a diversidade e, por conseqüência, consigam expandir mais os conhecimentos sobre o assunto?

A internet é burra. Ela não provoca nada. Você aperta um botão e encontra toda a filosofia de Kant nela. Não significa que todo mundo vá virar filosofo por causa disso. As provocações são externas. No mais das vezes movidas por interesses mercadológicos. As únicas 4 grandes gravadoras que restaram – e engoliram todas as outras – não possuem mais diretores artísticos. Só diretores de marketing. Cultura virou um produto igual a absorvente feminino. Há que se usar pouco e jogar fora logo. As novas gerações é que têm que desenvolver um senso crítico diante dessa nova realidade e se dar conta que a criatividade humana é rica e não se resume àquela meia dúzia de produtos e modelitos que a indústria dos bens de consumo quer nos viciar e fazer consumir imbecilmente. Ou acordam ou em breve estarão todos babando na gravata...

Na década de noventa, Chico Science foi um dos porta-vozes do que ficou conhecido como movimento Mangue Beat. Qual a sua opinião sobre a música que ele fazia e que se tornou um molde para novos músicos?

Foi um dos raros movimentos musicais da década, repleta de duplas caipiras – no fundo bolerões bregas dignos só de puteiros de cais de porto de quinta categoria – e dos chamados "pagodes" – cuja música toda não valia uma pausa de uma composição do Cartola. O MB foi um dos raros e saudáveis acontecimentos da década.

Os eruditos se dividem entre aqueles que respeitam o rap e os que não gostam nenhum pouco. Em uma entrevista, o senhor revelou pertencer ao segundo grupo. Qual é a sua opinião sobre o gênero?

95% do rap é um lixo. Quando o negro norte-americano quis mostrar que "era gente", foi buscar dentro de si o que havia de belo para exibir à sociedade que o hostilizava. Com isso nasceu o jazz, a mais importante linguagem musical daquele país. Quando o negro mais recentemente quis fazer uma música baseada no rancor, saiu essa droga. Uma verborragia interminável, medíocre e democrática (pois qualquer imbecil pode fazê-la). Boa parte do negro brasileiro hoje fica imitando em todos os detalhes a cultura do hip-hop, se tornando colono do negro norte-americano "que não deu certo na vida" e que fica puxando fumo na periferia de Los Angeles, dizendo que a sociedade está contra ele. É uma tristeza ver o negro brasileiro trair suas raízes, matar Zumbi outra vez – já que o hip-hop não tem nada de africano – e ficar macaquiando uma cultura medíocre importada, que aqui chega através de uma indústria cultural tocada a marketing externo de um país que tem história diferente do nosso.

Hoje, o que escuta de novidade e que traz para a sua música?

A música para mim é um fenômeno amplo, parte da grande ação cultural do homem. Me interessa qualquer tipo de música, desde que seja feita com talento e criatividade e que possa ter importância cultural.

Essa é para finalizar e para matar uma curiosidade: rola um rumor de que você encontrou os Sex Pistols quando eles vieram ao Brasil nos anos 70, é verdade? Como aconteceu essa história?

Eu era diretor da Rádio Roquette Pinto do Rio em meados dos anos 70. Seu FM chegou a segundo lugar de audiência pois tínhamos programas muito provocadores nessa banda sonora, o que não era muito comum. As FMs só tinham "som de ante-sala de destista". Até programas de música clássica, apresentados pelo Big Boy, o maior disc-jockey da época, eram populares. A meninada ouvia a rádio. Quando o Sex-Pistols aparecerem no Rio, os levei ao estúdio e lá eles se encontraram com representantes de nossa audiência jovem e foi um grande barato. Mas o meu rockeiro predileto foi mesmo Frank Zappa, de quem fui colega de estudos na Alemanha...

SHOW DE UM DOS MESTRES

Mudando o foco de personagem, já que até anteontem apenas a Dona Érica comentava e lia - eu não quero te excluir do programa - e agora tive a pseudoentrada de Felipe SAl (eu acho), vou botar uma dica cultura:

Dia 28/01
Estúdio SP - Rua Augusta 591, centro
Show do PEQUENO WILSON DAS NEVES, porque o SOM QUENTE É O DAS NEVES!!!
Quanto: de R$ 15 a R$ 25.
3129-7040, a partir da meia-noite


Isto é pouco para vocês?

Bjos e Abraços...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Devaneios tolos de tardes ao trabalho

Adoraria viver em um país onde se pode andar de metrô tranquilamente, onde haja ciclovias e alternativas para o caótico trânsito diário. Mas cada dia passado pelos bares e pelas ruas porcas eu penso que não conseguiria mudar de vida. Já pensou em não poder ver o sol? Em não poder sentar um um belo buteco de chinelos? Em ouvir um samba, ou até mesmo a merda de um pagode nojeto. (e boa nojento nisso). Até o pagode seria motivo de saudades. As mulheres do mundo não são como as de cá. Elas podem ser bonitinhas, ter costumes diferentes, mas não tem o gingado nacional. Por enquanto deixarei o exterior para os mais necessitados. Eu ainda prefiro minha praia à 2 horinhas. O encanto das palmeiras onde cantam os sabiás e do Pacaembú aos gritos de Não Pára, Não Pára, Não Pára. Como eu renunciaria às noites tropicais com os pés na areia?

Sem conclusão alguma....

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Síntese para Érica em 7 versos (rs)

Não é uma letra. Não é um significado. A música não é significativa só porque tem uma letra que te faz lembrar um amor, ou algo feliz. O tema pode ser o amor, mas ela pode te remeter a outros pensares. Não é só letra que se apresenta. 2 vozes em harmonia, um violão, a intensidade, a síntese de um pensamento de vida. E esta síntese não precisa ter significado claro, simplesmente ela consegue concretizar seus pensamentos momentanios em apenas 2 frase. Esta é a diferença do poeta e da pessoa que consome sua poesia. Se eu fosse o poeta criaria, como não sou, tento encontrar o que eu penso em versos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Santa Ignorância...

Como havia dito no primeiro post, iria ser (e fui) chamado de ignorante por não conhecer este pequeno HINO nacional....

Que eu continue sem conhecer muitas outras coisas, fazendo com que a vida não perca seu devido valor....

Amém!

Só para registro geral


A Música, ou a melodia melhor dizendo, é do italiano Tomaso Giovanni Albinoni. Ele nasceu em Veneza em 1661 e morreu em 1751. Albinoni escreveu cerca de cinquenta óperas, das quais 28 foram produzidas em Veneza entre 1723 e 1740, mas atualmente é famoso por sua música instrumental, especialmente seus concertos para oboé. Foi um dos primeiros compositores a escrever concertos para violino solo.***

*** Informações do Wikipedia e de texto citado por Vinícius de Morais no Disco Vinicius Toquinho & Bethania Ao Vivo en Fusa - Argentina

Como dizia o poeta

Vinícius de Morais e Toquinho

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Nao há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão

Péssima qualidade, mas foi o que encontrei: http://br.youtube.com/watch?v=Nw2TvLuptvc&feature=related

E eu que me achava esperto....


A única leitora desta joça tem razão. Que tal uma música? O problema é que não é UMA música que te inspira. Não é um bonde do tigrão que te faz pensar (ta certo que o Brasil se inspira com isso, mas eu sou metido a inteligente). Enfim, chegou mais uma música que me faz sofrer. Sofro em perceber como sou ridículo. E pior, como tem gente muito pior. Mas dos outros cuidam os outros, não eu.
MAS,
continuando minha caminhada musical iniciada ano passado, a inspiração de hoje é algo que eu não conhecia. Certamente por muita ignorância e inoperância. "Quem já passou por essa vida e não viveu, pode ser mais, mas sabe menos do que eu". Esta frase é de parar a vida!!! Da vontade de não pensar e nem mais escrever. Caralho, como um cara escreve isso? Não parece simples? Eu passo a vida inteira pensando nisso, repito toda hora, digo isso a todos e........ Nunca consegui sintetizar minha vida em uma frase. Depois dos peixinhos a nadar do mar o cara me vem com esta. Sinceramente parei. É de encher os olhos de lágrimas, é de fazer você esquecer os problemas. "Porque a vida só se dá pra quem se deu, Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu" ----------


DESISTO!!!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Um mês sem escrever nada! E mesmo assim não será desta vez